O músico sempre usará a intuição e a vivência para fazer música, mas a teoria musical é o fundamento necessário para entender os processos técnicos envolvidos. Em resumo, ninguém precisa estudar teoria para ser um bom músico, mas ao mesmo tempo, conhecer bem a teoria básica da música abre caminhos e permite ao músico a tão desejada autonomia.
Autonomia?
É conhecer seus meios, entender a sua própria intuição, tomar suas próprias decisões e convergir tudo isso na sua prática criativa. É sobre não depender dos outros, do acaso ou da sorte e sim usar a técnica e o conhecimento em favor da criatividade.
Quando você precisa martelar um prego na madeira, qual ferramenta você procura na caixa? Imagine não saber o que procurar diante de uma caixa com 150 ferramentas diferentes?
Por exemplo:
Caio, que toca violão e canta, está inspirado e compondo uma música, mas sente que sua música está repetitiva, sem graça, e que alguma coisa está faltando. Ao avaliar o que está fazendo, percebe que as notas da melodia e dos acordes estão na tonalidade de Mi maior. A escolha de Mi maior como tonalidade se deu num processo natural, pois mistura vivência com o conhecimento que Caio já possui - afinal, ele toca violão e já sabe alguns acordes. Ao analisar o seu processo criativo, o compositor tem uma grande ideia e decide que vai fazer uma modulação. O problema é que o nosso compositor nunca estudou harmonia pra valer e a sua formação básica sobre música é também um pouco falha. Então ele vai ao Google procurar por dicas de modulação e se depara com uma série de informações complexas e confusas, até que ele acha um vídeo que dá um “macete” super bacana: usar uma dominante secundária. Caio aprende que poderia usar o acorde de F#7 graças a essa técnica, mas o problema é que ainda não está soando legal e não é muito bem o que ele queria. Entre idas e vindas, Caio desiste e resolve copiar uma música de uma banda que ele gosta muito e com isso insere o acorde de Re maior na sua música. Era exatamente o que ele queria, mas Caio não sabe muito bem o que o levou a gostar desse som. Mal sabe Caio que desde o começo o que ele procurava não era uma modulação, e que o acorde de F#7 que ele usou não é suficiente para caracterizar uma modulação em primeiro lugar, e que agora sua música não está mais em Mi maior e sim em Mi mixolídio. Ele tem o resultado que deseja, mas não domina a sua própria prática e da próxima vez vai depender novamente do acaso e da tentativa e erro.
Técnica e criatividade andam juntas.
O músico, diante de uma situação criativa, é capaz de se levar pelo ouvido, pelo que lhe agrada, e quando preciso, sabe quais técnicas deve usar para alcançar os resultados sonoros que deseja. Saber teoria musical, percepção musical e assuntos relacionados como harmonia não é aprender receita de bolo e sim obter conhecimento base para o desenvolvimento da plena autonomia.
Qualquer boa escola ou professor deseja que o seu aprendiz dependa cada dia menos de seus ensinamentos, até que um dia ele o iguale ou até mesmo o supere. Dicas rápidas, atalhos e macetes podem te servir agora, e às vezes são úteis, mas podem gerar dependência.
Todos nós usamos e valorizamos a quantidade de ótimos conteúdos e aprendizados que temos através de ferramentas rápidas como o Google, mas uma coisa é termos um conhecimento que agrega, que soma; outra coisa é depender da sorte e dos atalhos.
Ou seja, primeiro você aprende que precisa do martelo para prender aquele prego na madeira, depois você estará sabendo usar todas as 150 ferramentas da sua caixa, que te permitirão concretizar com muito mais facilidade e eficiência os planos que você desenvolve na sua imaginação, e assim você poderá dar vôos mais altos, se assim desejar.
A autonomia nos faz bem e o conhecimento é para todos!
Quem não deseja ser pleno conhecedor de sua própria prática? Ninguém gosta de depender da sorte e do acaso, mas às vezes o músico não entende que o conhecimento é para todos. Teoria e percepção musical não são bichos de 7 cabeças. Todos podem, basta dar um passo de cada vez!
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